Como aluna que acredita nesta Universidade, sinto uma imensa alegria ao postar sobre o prêmio conquistado em Brasília por uma aluna de mestrado de Ciências da saúde. Não é só a premiação, mas o reconhecimento e , principalmente, o projeto desenvolvido que anuncia a função do farmacêutico enquanto gestor em Unidades de Saúde e diante de um problema de saúde pública tão relevante hoje em dia, HIV/AIDS. Abaixo, o que estava em destaque na página da Universidade. Parabéns a Farmacêutica Maire Rose, aos seus orientadores Prof. João Xavier e Profª Êurica Ribeiro e a todos da Universidade Federal de Alagoas pela premiação e reconhecimento, um grande ganho para nossa universidade e setor de saúde pública local.
ufal.br em 18/11/11:
Trabalho de Mestrado sobre HIV/Aids é premiado em Brasília
Maire Rose de Souza, mestre em Ciências da Saúde pela Ufal, foi premiada por apresentar o melhor trabalho do Brasil na área de DST, Aids e Hepatites virais
Lenilda Luna - jornalista
A Mostra Nacional de Experiências bem-sucedidas em Epidemiologia, prevenção e controle de doenças (Expoepi) acontece anualmente, desde 2001. Criada pelo Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), tem o objetivo de divulgar os serviços de saúde do país que se destacam por representar melhoria no atendimento oferecido no Sistema Único de Saúde, além de permitir o intercâmbio de experiências entre profissionais de Saúde de todo o país. A 11ª Expoepi, realizada entre os dias 31 de outubro e 3 de novembro, em Brasília, registrou número recorde de trabalhos inscritos, foram 776.
O trabalho apresentando pela farmacêutica alagoana foi baseado em dissertação de Mestrado, orientada pelo professor João Xavier de Araújo Jr, doutor em Ciências da Saúde e coordenador da Esenfar, e teve como co-orientadora, a professora Êurica Adélia N. Ribeiro. Maire Rose baseou-se na vivência dela como profissional farmacêutica do Pam Salgadinho, que é referência estadual no atendimento a portadores de Aids, e criou, aplicou e avaliou um Plano Individual Farmacêutico que contribuiu para a melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids e também para a redução transmissão do HIV.
“Meu trabalho começou em 2007 e foi fruto de observações que fiz no atendimento cotidiano aos portadores de HIV/Aids. Em Alagoas, pelos dados do SUS de junho de 2010, temos 1450 pessoas em tratamento da Aids. É um processo longo, com muitos remédios que devem ser tomados nos horários certos e muitos dos pacientes tem baixo nível de escolaridade e não conseguem sequer entender a sequência do tratamento. Por isso comecei a avaliar como um plano individual poderia ajudá-los a se cuidar melhor”, relatou a farmacêutica.
Foram mais de três anos de aplicação do Plano, até que a experiência foi relatada na dissertação de Mestrado. Os trabalhos apresentados, que foram avaliados pelo voto de mestres, doutores, especialistas e profissionais de saúde de diversas áreas da saúde, com os critérios de serem propostas inovadoras, que pudessem ser reproduzidas em outros Estados, com sustentabilidade e alinhada às políticas do SUS.
“Na área em que concorri, foram três trabalhos selecionados. Disputei o prêmio com um trabalho sobre Notificação de Sífilis, do Ceará, e outro trabalho sobre acesso ao tratamento das Hepatites virais, do Acre. Justamente por esta concorrência com bons profissionais de todo país e pelos critérios rigorosos de avaliação, fiquei muito lisonjeada quando venci o prêmio”, comemora Maire Rose.
O prêmio nacional, conquistado em Brasília, no valor de 30 mil reais, será revertido para o Pam Salgadinho. “Para mim, mais importante do que a premiação em dinheiro, o troféu e o certificado, é o reconhecimento ao trabalho realizado no ambulatório e na farmácia para dar melhor qualidade de vida e de tratamento aos portadores de Aids”, disse a mestre em Ciências da Saúde.
Cuidados individuais
“O emprego da terapia antirretroviral resultou na melhora dos indicadores de morbidade, de mortalidade e da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids. Por outro lado, contribuiu para que a infecção pelo HIV se tornasse uma doença de caráter crônico evolutivo e potencialmente controlável. Diante do desenvolvimento desse perfil crônico assumido pela doença na atualidade, surgem outros desafios determinando a necessidade de novas práticas profissionais relacionadas aos cuidados de saúde das pessoas vivendo com HIV/Aids”, relatou a profissional de Saúde.
Segundo Maire Rose, a maioria dos estudos aponta para a necessidade de elaboração de estratégias direcionadas para o cuidado integral das pessoas vivendo com HIV/Aaids. Ela explicou que o Plano Individual Farmacêutico é uma forma de olhar cada paciente, perceber como ele está, quais as dificuldades que está encontrando no tratamento, que orientações específicas está precisando e se necessita ser encaminhado para outros programas complementares.
“Um dos pacientes que acompanhei, por exemplo, fumava cerca de 40 cigarros por dia. A ansiedade por ser portador de Aids dificultava a superação do vício. Por outro lado, os males do tabagismo prejudicavam o tratamento da doença que causava tanta aflição. Fizemos um acompanhamento individualizado e ajudamos este paciente a se inserir num programa antitabagismo”, relatou a farmacêutica.
Outra forma de incentivo proposta pela farmacêutica foi estabelecer metas individuais para cada paciente, como não esquecer de tomar a medicação na hora certa, usar de forma correta o preservativo, e outro itens importantes que podiam passar despercebidos no atendimento geral. “Cada vez que o paciente superava uma dificuldade, ele recebia um cartão-elogio como estímulo para continuar se dedicando ao tratamento”, disse Maire Rose.
Durante a pesquisa realizada com 105 pacientes em tratamento no Pam Salgadinho, a farmacêutica relata que todos conseguiram melhorar o controle do vírus. “Eles se sentem muito sós, são pacientes que algumas vezes não contam com o apoio de familiares, ou os parentes não tem muita informação para ajudar nos cuidados diários, por isso, um atendimento mais humanizado, apresenta eficácia na qualidade do tratamento”, ressaltou a profissional e pesquisadora.
Baseada nestas observações, a farmacêutica também apresentou ao Ministério da Saúde sugestões para melhorar o sistema de logística de medicamentos. “O sistema da farmácia é focado no controle de estoque e os detalhes sobre os exames ficam em outro sistema controlado pelos médicos. Sugerimos um maior compartilhamento de informações, para que os farmacêuticos, no momento da liberação dos medicamentos, possam saber, por exemplo, como está a carga viral do paciente. Se ele está num momento de crise e precisa de mais atenção, ou se está numa situação mais controlada e pode ser estimulado a continuar com a medicação para se manter assim”, explicou Maire Rose.
Com a aplicação do plano individual, a profissional observou que houve um maior envolvimento do paciente com seu tratamento e com a equipe multidisciplinar, foi possível identificar e solucionar problemas de acordo com as necessidades de saúde do paciente, os pacientes melhoraram em até 90% no uso de preservativos e lubrificantes, aumentou a adesão ao tratamento, com uma significativa supressão viral, melhora imunológica, redução da transmissão do HIV e melhoria da qualidade de vida das Pessoas. “O Plano é de fácil aplicabilidade, baixo custo e pode ser reproduzido, inclusive no acompanhamento de diversas outras doenças crônicas”, concluiu a pesquisadora.
O trabalho apresentando pela farmacêutica alagoana foi baseado em dissertação de Mestrado, orientada pelo professor João Xavier de Araújo Jr, doutor em Ciências da Saúde e coordenador da Esenfar, e teve como co-orientadora, a professora Êurica Adélia N. Ribeiro. Maire Rose baseou-se na vivência dela como profissional farmacêutica do Pam Salgadinho, que é referência estadual no atendimento a portadores de Aids, e criou, aplicou e avaliou um Plano Individual Farmacêutico que contribuiu para a melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids e também para a redução transmissão do HIV.
“Meu trabalho começou em 2007 e foi fruto de observações que fiz no atendimento cotidiano aos portadores de HIV/Aids. Em Alagoas, pelos dados do SUS de junho de 2010, temos 1450 pessoas em tratamento da Aids. É um processo longo, com muitos remédios que devem ser tomados nos horários certos e muitos dos pacientes tem baixo nível de escolaridade e não conseguem sequer entender a sequência do tratamento. Por isso comecei a avaliar como um plano individual poderia ajudá-los a se cuidar melhor”, relatou a farmacêutica.
Foram mais de três anos de aplicação do Plano, até que a experiência foi relatada na dissertação de Mestrado. Os trabalhos apresentados, que foram avaliados pelo voto de mestres, doutores, especialistas e profissionais de saúde de diversas áreas da saúde, com os critérios de serem propostas inovadoras, que pudessem ser reproduzidas em outros Estados, com sustentabilidade e alinhada às políticas do SUS.
“Na área em que concorri, foram três trabalhos selecionados. Disputei o prêmio com um trabalho sobre Notificação de Sífilis, do Ceará, e outro trabalho sobre acesso ao tratamento das Hepatites virais, do Acre. Justamente por esta concorrência com bons profissionais de todo país e pelos critérios rigorosos de avaliação, fiquei muito lisonjeada quando venci o prêmio”, comemora Maire Rose.
O prêmio nacional, conquistado em Brasília, no valor de 30 mil reais, será revertido para o Pam Salgadinho. “Para mim, mais importante do que a premiação em dinheiro, o troféu e o certificado, é o reconhecimento ao trabalho realizado no ambulatório e na farmácia para dar melhor qualidade de vida e de tratamento aos portadores de Aids”, disse a mestre em Ciências da Saúde.
Cuidados individuais
“O emprego da terapia antirretroviral resultou na melhora dos indicadores de morbidade, de mortalidade e da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids. Por outro lado, contribuiu para que a infecção pelo HIV se tornasse uma doença de caráter crônico evolutivo e potencialmente controlável. Diante do desenvolvimento desse perfil crônico assumido pela doença na atualidade, surgem outros desafios determinando a necessidade de novas práticas profissionais relacionadas aos cuidados de saúde das pessoas vivendo com HIV/Aids”, relatou a profissional de Saúde.
Segundo Maire Rose, a maioria dos estudos aponta para a necessidade de elaboração de estratégias direcionadas para o cuidado integral das pessoas vivendo com HIV/Aaids. Ela explicou que o Plano Individual Farmacêutico é uma forma de olhar cada paciente, perceber como ele está, quais as dificuldades que está encontrando no tratamento, que orientações específicas está precisando e se necessita ser encaminhado para outros programas complementares.
“Um dos pacientes que acompanhei, por exemplo, fumava cerca de 40 cigarros por dia. A ansiedade por ser portador de Aids dificultava a superação do vício. Por outro lado, os males do tabagismo prejudicavam o tratamento da doença que causava tanta aflição. Fizemos um acompanhamento individualizado e ajudamos este paciente a se inserir num programa antitabagismo”, relatou a farmacêutica.
Outra forma de incentivo proposta pela farmacêutica foi estabelecer metas individuais para cada paciente, como não esquecer de tomar a medicação na hora certa, usar de forma correta o preservativo, e outro itens importantes que podiam passar despercebidos no atendimento geral. “Cada vez que o paciente superava uma dificuldade, ele recebia um cartão-elogio como estímulo para continuar se dedicando ao tratamento”, disse Maire Rose.
Durante a pesquisa realizada com 105 pacientes em tratamento no Pam Salgadinho, a farmacêutica relata que todos conseguiram melhorar o controle do vírus. “Eles se sentem muito sós, são pacientes que algumas vezes não contam com o apoio de familiares, ou os parentes não tem muita informação para ajudar nos cuidados diários, por isso, um atendimento mais humanizado, apresenta eficácia na qualidade do tratamento”, ressaltou a profissional e pesquisadora.
Baseada nestas observações, a farmacêutica também apresentou ao Ministério da Saúde sugestões para melhorar o sistema de logística de medicamentos. “O sistema da farmácia é focado no controle de estoque e os detalhes sobre os exames ficam em outro sistema controlado pelos médicos. Sugerimos um maior compartilhamento de informações, para que os farmacêuticos, no momento da liberação dos medicamentos, possam saber, por exemplo, como está a carga viral do paciente. Se ele está num momento de crise e precisa de mais atenção, ou se está numa situação mais controlada e pode ser estimulado a continuar com a medicação para se manter assim”, explicou Maire Rose.
Com a aplicação do plano individual, a profissional observou que houve um maior envolvimento do paciente com seu tratamento e com a equipe multidisciplinar, foi possível identificar e solucionar problemas de acordo com as necessidades de saúde do paciente, os pacientes melhoraram em até 90% no uso de preservativos e lubrificantes, aumentou a adesão ao tratamento, com uma significativa supressão viral, melhora imunológica, redução da transmissão do HIV e melhoria da qualidade de vida das Pessoas. “O Plano é de fácil aplicabilidade, baixo custo e pode ser reproduzido, inclusive no acompanhamento de diversas outras doenças crônicas”, concluiu a pesquisadora.
Maire Rose teve como base sua vivência como profissional farmacêutica do Pam Salgadinho, que é referência estadual no atendimento a portadores de Aids
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